Os portugueses abstêm-se mais em eleições autárquicas do que em legislativas, mas há um fenómeno de desinteresse crescente dos eleitores de círculos mais pequenos pela escolha do Governo, contrariamente à eleição dos políticos locais, segundo uma investigação recente. Nos sufrágios de 2009, o politólogo José Bourdain verificou uma maior participação nas eleições de "segunda ordem" (autárquicas) em 13 dos 20 círculos eleitorais, embora continue a existir uma menor taxa de abstenção global nos actos eleitorais "de primeira ordem" (legislativas), "como na generalidade das democracias". "Tal fenómeno prende-se com o facto de o voto nos partidos mais pequenos não servir para que os eleitores se sintam representados, nos círculos de menor dimensão, pelo que optam por se abster - tal situação deve-se ao sistema eleitoral e à distribuição dos mandatos", adiantou o autor do trabalho.